convoca:
ATO CONTRA A REPRESSÃO E PELA
LIBERTAÇÃO IMEDIATA DOS PRESOS
POLÍTICOS DO 7 SETEMBRO
*SEXTA-FEIRA, DIA 13 DE SETEMBRO DE 2013, ÀS 17H
LOCAL: PRAÇA 7, CENTRO, BH/MG
Convidamos todas e todos que lutam contra a repressão!
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Nota de repúdio à repressão e à violência
do Estado contraa manifestação ocorrida
no dia 7 de setembro, em Belo Horizonte
Mais uma vez, a repressão se abateu sobre uma manifestação legítima da população de Belo Horizonte. Nós, da Frente Independente pela Memória, Verdade e Justiça – MG, viemos a público para repudiar este ato de violência do Estado, que reprimiu, prendeu, espancou, torturou e jogou em suas prisões centenas de manifestantes por todo o Brasil. Foram mais de 30 presos em São Paulo, 39 em Brasília, 80 no Rio de Janeiro – o que compõe, junto com Belo Horizonte, mais de 300 manifestantes presos por todo o país neste 7 de setembro.
Em Belo Horizonte, foram 56 detidos e outros 37 presos no CERESP/Gameleira. A maioria deles é composta por jovens negros. Até esta terça-feira, 10/9/2013, quase todos foram soltos sob liberdade condicional. A sentença que pesa sobre eles configura – além do caráter político da prisão - verdadeira prisão domiciliar: obrigatoriedade de comparecimento mensal perante o juízo; proibição de participação, pessoalmente ou através das redes sociais (?!), de qualquer manifestação popular; proibição de se ausentar da comarca! Dois companheiros permanecem presos: Ameba (Enieverson Mendes Rodrigues) e Rodrigo Gonzaga Avelar.
Os dois companheiros que seguem presos estão incomunicáveis. Eles e os demais que foram presos são acusados, de maneira absolutamente inaceitável, de formação de quadrilha, formação de milícias, desacato e incitação à violência. Outro agravante foi o corte dos cabelos de todos os presos. Foram raspados os dreadlocks de um dos jovens, que é negro, em mais um ato de racismo e intolerância religiosa e cultural contra os afrobrasileiros. Todo este quadro remete ao período mais obscuro da ditadura militar.
A única alegação possível sobre todos os presos é que se manifestavam contra a repressão, em legítimo ato que marchou da Praça Sete até a Praça da Liberdade. O ato foi, o tempo todo, acompanhado por milhares de policiais do GATE e da Tropa de Choque, que não portavam identificação. Na Praça da Liberdade, somaram ao aparato repressivo homens do Corpo de Bombeiros, da Rotam, os blindados e o caveirão da PM. Foi aí que, a mando do governador Anastasia, a polícia racista de Minas Gerais - comandada pela Coronel Claudia, pelo Coronel Carvalho e pelo Coronel Alberto, além do Coronel Vladimir do GATE e do Coronel Sacramento da Rotam - desencadeou uma forte repressão. Houve dezenas de prisões, tortura e espancamentos a céu aberto, uso de arma de choque e balas de borracha e mais um toque de recolher. Alguns manifestantes foram atacados pelos cães da PM. O protesto continuou em frente à delegacia da 3ª AISP, no centro da cidade, para onde foram encaminhados os detidos. Veio, então, mais uma forte ofensiva da polícia, que deixou um número ainda maior de feridos e de presos.
A suposta independência do Brasil, que é comemorada a 7 de setembro, e que havia sido defendida demagogicamente pela presidente Dilma Roussef na noite anterior, não corresponde à realidade do país. É amplamente documentada a articulação dos mesmos militares - que desfilam todo ano nesta data - com a ditadura militar e com o imperialismo norte-americano para garantir a exploração e a opressão dos trabalhadores e do povo brasileiro. As técnicas de tortura e investigação destes militares foram aprendidas - e ensinadas aos seus comparsas chilenos, argentinos e uruguaios - na famigerada Escola das Américas, centro de formação da polícia política de toda a América Latina que, à época da ditadura, se localizava no Panamá (hoje sua sede fica na Georgia-EUA). Essas práticas permanecem rotineiras na polícia brasileira. O Brasil, como já havíamos denunciado antes, é campeão mundial em violência policial, torturas, chacinas periódicas, concentração de riquezas e desigualdade social. O servilismo ao imperialismo mundial continua como marca dos governos brasileiros.
Não podemos definitivamente naturalizar a repressão – não podemos tolerar o intolerável. Não podemos deixar para trás nossos mortos e nossos presos. Lembremo-nos também de Douglas Henrique, Luiz Felipe e Lucas Daniel que foram mortos pela repressão nas jornadas de junho. Consideramos que se trata de luta de classes, que só pode ser travada nas ruas, no espaço instituinte. O Estado Brasileiro, seus governos e seu aparato repressivo são nossos inimigos e não interlocutores depositários de reinvindicações pontuais – não há negociação com os inimigos da classe trabalhadora e do movimento popular. Exigimos a libertação imediata dos presos, a anulação dos inquéritos, a retirada de todos os processos, a punição dos responsáveis pela violência policial e pelas mortes e torturas. Exigimos o fim do aparato repressivo e a erradicação das torturas. Responsabilizamos diretamente a Polícia Militar e os governos municipal, estadual e federal por esta situação de barbárie.*
ABAIXO A REPRESSÃO! PELA LIBERDADE DE MANIFESTAÇÃO E EXPRESSÃO!
LIBERTAÇÃO IMEDIATA DOS COMPANHEIROS AMEBA E RODRIGO GONZAGA AVELAR! ANULAÇÃO DE TODOS OS PROCESSOS E INQUÉRITOS! RETIRADA DE TODOS OS MANDADOS DE PRISÃO!
Pelo fim da criminalização dos pobres! Pelo fim da criminalização da luta dos estudantes! Pelo fim da criminalização da luta dos trabalhadores da cidade e do campo! Pelo fim da criminalização do movimento popular!
Pelo fim das torturas e execuções! Pelo fim do genocídio dos jovens, negros, indígenas e pobres!
Abaixo as UPPs e abaixo as invasões policiais e militares dos morros, universidades, ocupações e favelas!
Pelo fim do aparato repressivo! Pelo fim imediato da Guarda Municipal!
Pelo fim imediato da Polícia Militar e da Força Nacional de Segurança!
PELO DIREITO À MEMÓRIA, À VERDADE E À JUSTIÇA!
Punição para os torturadores e assassinos de opositores durante a ditadura militar e para aqueles que cometem estes mesmos crimes contra a humanidade nos dias de hoje!
Pela luta independente, realizada pela classe trabalhadora e pelo movimento popular, em relação aos governos e à institucionalidade!
Belo Horizonte, 10 de setembro de 2013.
FRENTE INDEPENDENTE PELA MEMÓRIA, VERDADE E JUSTIÇA – MG
Assina conjuntamente a nota: João Martinho Filho, pai de João Leonardo Martins, jovem, negro, estudante da UFMG e professor de História, torturado e preso no CERESP/Gameleira até o dia 10/9/2013, agora em liberdade condicional.
*O último parágrafo foi extraído, em parte, de uma outra nota (julho/ 2013) da FIMVJ-MG.
Leia a nota no blog da FIMVJ-MG:LIBERTAÇÃO IMEDIATA DOS COMPANHEIROS AMEBA E RODRIGO GONZAGA AVELAR! ANULAÇÃO DE TODOS OS PROCESSOS E INQUÉRITOS! RETIRADA DE TODOS OS MANDADOS DE PRISÃO!
Pelo fim da criminalização dos pobres! Pelo fim da criminalização da luta dos estudantes! Pelo fim da criminalização da luta dos trabalhadores da cidade e do campo! Pelo fim da criminalização do movimento popular!
Pelo fim das torturas e execuções! Pelo fim do genocídio dos jovens, negros, indígenas e pobres!
Abaixo as UPPs e abaixo as invasões policiais e militares dos morros, universidades, ocupações e favelas!
Pelo fim do aparato repressivo! Pelo fim imediato da Guarda Municipal!
Pelo fim imediato da Polícia Militar e da Força Nacional de Segurança!
PELO DIREITO À MEMÓRIA, À VERDADE E À JUSTIÇA!
Punição para os torturadores e assassinos de opositores durante a ditadura militar e para aqueles que cometem estes mesmos crimes contra a humanidade nos dias de hoje!
Pela luta independente, realizada pela classe trabalhadora e pelo movimento popular, em relação aos governos e à institucionalidade!
Belo Horizonte, 10 de setembro de 2013.
FRENTE INDEPENDENTE PELA MEMÓRIA, VERDADE E JUSTIÇA – MG
Assina conjuntamente a nota: João Martinho Filho, pai de João Leonardo Martins, jovem, negro, estudante da UFMG e professor de História, torturado e preso no CERESP/Gameleira até o dia 10/9/2013, agora em liberdade condicional.
*O último parágrafo foi extraído, em parte, de uma outra nota (julho/ 2013) da FIMVJ-MG.
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